Na onda do Malte
2023: um ano de experiências para o cenário cervejeiro
Como estou feliz e lisonjeado de ser convidado para esta coluna. Falar sobre cervejas sem dúvida é um prazer, compartilhar a opinião do que estes olhos estão acompanhando nesse mundo é muito importante para mim.
Nestes últimos anos, foi bem possível acompanhar o grande desafio global para uma retomada em nossas vidas após lutar e cuidar da saúde em cada passo da convivência e resiliência. Cicatrizes desafiadoras de se curarem com o tempo. Mas disso tudo, precisamos usar o aprendizado vivido e dar passos maiores para restabelecer um equilíbrio.
Quis trazer este contexto pois foi exatamente o que o mercado cervejeiro viveu. Em 2019, segundo o Anuário da Cerveja, elaborado pelo Ministério da Agricultura, no Brasil em 2020 eram 1383 cervejarias com CNPJ ativos no país, contra 1549 em 2021 e 1729 em 2022. Desde 2016 o crescimento do segmento sempre gira em média de 16% ao ano. Porém, muitas organizações ficaram pelo caminho, outras nasceram na crise, para as demais precisamos bater muitas palmas pela grande resiliência.
Ao ano de 2023 eu particularmente acompanhei um panorama de retomada bem estabelecido pela indústria. Primeiro com uma agenda bem movimentada de ativações, lançamentos e campanhas, trazendo o público para conectar-se com a marca e visando a fidelidade. Segundo, uma agenda intensa de eventos nacionais, regionais e locais. É muito satisfatório ver esse ambiente estar tão caloroso, à ponto das empresas disputarem datas para o seu público-alvo, que em muitos casos é o mesmo. Para qual evento ir?
A visita à fabrica de cervejas é uma ótima experiência para conhecer de perto como funciona todo o processo produtivo
E um terceiro ponto que gostaria de destacar é sobre experiências no mundo cervejeiro. Quando temos um elemento como a Cerveja em destaque, há 2 principais pontos em como trabalhar com ela: como produto ou como serviço. Pelo primeiro, é o mais trivial que temos no mercado, colocando seu portfólio na prateleira do estabelecimento, alguma breve propaganda e torcer para o resultado. Mas e aí? Como garantir o retorno esperado? Como conectar o público com o produto e visar o relacionamento duradouro? Como fazer que o consumidor indique seu produto? Não tem uma receita de bolo, mas existem caminhos viáveis para ter resultado. Marcas, apenas aquele “recebidinho” para influenciadores do meio não cria conexão com a audiência…
Já sobre o serviço, aqui tem um espaço gigantesco para acontecer. Quando busquei a formação como Sommelier de Cervejas, inicialmente eu tinha a expectativa de que meu foco era saber melhor sobre os estilos de Cerveja que estava degustando. Caí do cavalo. Descobri na formação que o mais esperado pelos apreciadores do Pão Líquido é a experiência. Qual a história daquela marca? O que a faz tão especial? Como servir essa Cerveja? Qual a melhor recomendação de harmonização? Muitos fatores relevantes que enobrecem a cultura cervejeira e traz uma audiência interessada e engajada para esse mundo.
Além daquele rótulo lindo do produto e aquele nome estrangeiro que faz uma sonoridade incrível, é muito importante criar experiências e conexões com seu cliente, pois o amor ao primeiro gole é marcante.
Por aqui contarei mais histórias e impressões, espero que gostem. Saúde!